terça-feira, 19 de outubro de 2010

Las Vegas - Parte 1: O voo

(Nao consegui configurar o teclado do meu computador para o portugues. Comecei a fazer a correcao dos acentos no Yahoo, mas estava dando muito trabalho. Ja conversei com Machado de Assis e ele relevou, entao voces podem fazer o mesmo.)

  
Ai, ai, minhas viagens e eu, mais incompatível impossível!

Começando um texto assim vocês já podem imaginar que algo aconteceu. Pois é, vocês estão certos!

Cheguei super cedo no aeroporto internacional para mudar o meu assento, pois havia pedido para a agencia reservar corredor e eles me colocaram na janela. Pedi a mudanca e a atendente disse que não tinha lugar vago no corredor e que o voo estava lotado.

Nesse momento resolvi utilizar um dos meus artifícios de convencimento: o psicológico. Falei “estou com pena de quem vai viajar do meu lado, pois sempre enjoo nos voos”. Incrível como ela arrumou um assento no corredor rapidinho. Que coincidência!

Mas antes tivesse continuado na janela... O meu companheiro de assento (companheiro mesmo, ja que precisei dividir o MEU assento com uma parte do braço dele) era um canadense que estava “ligeiramente” bêbado. Ele já chegou conversando comigo com aquele bafo de bebida pesada (whisky ou cachaça), mas uns 10 min depois o cara adormeceu ou desmaiou.

O voo estava no horário, todos já sentados e com os cintos afivelados esperando o avião decolar. Esperamos, esperamos, esperamos mais um pouco e o avião só decolou depois de 1 hora de espera. Ate então esse “pequeno” atraso não seria problema a não ser que minha conexão em Houston fosse de exatas 1:05h. Era tudo que eu precisava, um engarrafamento aéreo pra que eu perdesse a minha conexão Houston-Las Vegas.

O voo foi estranho em razão do meu “companheiro” de assento. O cara dormia do nada e acordava da mesma forma já puxando papo comigo. Para vocês terem noção, ele estava dormindo, o comissário o acordou pra perguntar se ele queria o jantar, ele pegou a bandeja, olhou pra ela e pegou no sono de novo Pelo menos o cara não roncava, o que já foi um alento pra mim.

Continuando a viagem, cheguei em Houston faltando 20 min para o meu voo pra Las Vegas. Sai, literalmente, correndo até a imigração que já estava com uma fila bem grandinha. Vendo isso falei com uma americana que estava por la,  avisei que eu iria perder o meu voo e perguntei se poderia passar a frente dos outros. Ela olhou pra mim, disse que ali era a imigração, que eu deveria esperar e que já não daria mais tempo de pegar o voo. Que simpatia de pessoa, um amor em forma de boneco de neve (pura ironia, pra quem não percebeu).

Fiquei naquela fila e de repente uma pessoa pergunta se tem alguém indo pra Las Vegas, confirmei que eu iria, ela checou o meu nome e me deu um novo “boarding pass” para o voo seguinte. Achei a Continental Airlines bem eficiente por ter providenciado isso. Ponto pra Continental.

Agora eu já não tinha mais pressa, deixei umas pessoas que estavam em cima da hora para as suas conexoes passarem e acabei sendo a ultima da fila a passar pela imigração. O carinha que me atendeu foi um grosso logo de cara, pois eu não tinha preenchido uma parte do formulario que falava sobre saida. Pra que preencher isso agora, ja que estou entrando e nao saindo? Pois e, mas eu precisava ter preenchido. Ele virou o papel pra mim, peguei uma caneta que resolveu falhar, entao ele jogou, isso mesmo, jogou a dele, na minha direcao. Ah, ja olhei pra ele com aquele meu olhar que diz “ta maluco, perdeu a nocao de perigo?”. Nessa hora me toquei que EU havia perdido a nocao do perigo e pensei “tenho que aprender a manter os meus olhos calados, afinal, eles sao poliglotas!”.

Bem, o carinha comecou a me fazer um monte de perguntas:
-       Por que voce esta indo pra Vegas? Turismo
-       So isso? Nao, vou fazer um curso de ingles de meio periodo
(Nessa hora ele fez uma cara que dizia “voce esta querendo me enrolar, voce nao tem visto de estudante, e eu pensei, ja era vou voltar pro Brasil)
-       Voce tem amigos em Las Vehas? Nao, mas um casal de amigos tambem ta indo fazer esse curso, so que eles pegaram um voo da American Airlines com conexao em Miami.
-       Qual o seu endereco em Vegas? Peguei a carta de apresentacao da escola e mostrei pra ele o endereco da casa.
-       Isso e um hotel, apartamento ou uma casa? Uma casa
-       Como voce vai pro curso? A pe ou de bicicleta, pois a escola disponibiliza algumas pros alunos.
-       Por que voce vai fazer esse curso? Pra melhorar o meu ingles.
-       Mas voce fala bem ingles, nao precisaria vir pra ca. Por que escolheu Las Vegas? Porque era mais barato.
-       O que voce faz no Brasi? Sou advogada
-       Onde voce mora no Brasil? Rio de Janeiro
-       Em que bairro voce mora? Humaita.
-       Ah, perto de Botafogo? Eu conheco. Minha mulher e de Sao Paulo e eu fui algumas vezes ao Brasil. Quando conheci o Rio fiquei hospedado num hotel na Paia de Copacabana, mas nao gostei e me indicaram o Hotel Gloria. Adorei o lugar.

Eu mereco!!!  Ja nao tinha mais nenhum passageiro no saguao, so eu e todos os “agentes” americanos da imigracao. Engatei falando que o Eike havia comprado o Hotel Gloria e que iria fazer dali o seu escritorio, que estava reformando mas mantendo a fachada. Ele quis saber se a fachada do hotel continuava branca. Comentei que tinha perdido o voo pra Las Vegas ele olhou o bilhete e disse que eu ainda teria muito tempo ate o embarque. O nosso papo so terminou porque uma funcionaria da Continental foi me procurar, pois as minhas malas estavam me esperando e nada deu aparecer. O carinha entao carimbou meu passaporte, me despedi e parti rumo ao portao de embarque do meu proximo voo.

Moral da historia: quem diria que o Eike Batista iria me ajudar a entrar nos Estados Unidos da America, heim?!? Se mesmo sem ter nenhum X no nome ele ja esta me trazendo sorte, imagine quando eu mudar para: Crixtiane Xpedo de Freitax!

Bem, acabei chegando em Las Vegas um pouquinho depois da Cris e do Rick, nos encontramos na area de desembarque e partimos pra casa. Ahh, a casa! Mas essa historia fica para Las Vegas Parte 2: A casa.

Beijos viajantes,
Cris

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